O  VÍDEO HEAD IMPULSE TEST ELIMINOU A PROVA CALÓRICA DO DIAGNÓSTICO OTONEUROLÓGICO?

As alterações do equilíbrio corporal trazem consequências negativas sobre o individuo, com isso, a vertigem passa a ser considerada pela área médica como um problema de saúde publica, e tem sido cada vez mais investigada. Em função da alta prevalência dos sintomas vestibulares, bem como a limitação a que são levados os doentes que as apresentam, é necessário o estudo do equilíbrio corporal, da audição e das suas relações com o sistema nervoso central (SNC). A avaliação otoneurológica é composta por um conjunto de testes e provas específicas que permitem identificar, quantificar e localizar as alterações vestibulares, além de verificar as suas relações com o SNC, auxiliando o médico na decisão do diagnóstico nosológico. A otoneurologia atual vive um momento de grandes avanços em todo o mundo. Com a chegada de novas tecnologias nos deparamos com formas e métodos inovadores para explorar o Sistema Vestibular (SV), tais como: exames explorando a tonotopia do SV, exames de baixa e alta frequência, testes de função otolítica, análise diferenciada dos ramos do nervo vestibular, entre outros conceitos atuais. A tonotopia vestibular refere-se a capacidade do SV em responder a diferentes freqüências  de estimulo e isso pode ser examinado por diferentes métodos. O Head impulse test (HIT), desempenha um papel importante no diagnóstico da presença de alterações vestibulares unilaterais e bilaterais, a partir da observação do reflexo vestíbulo-ocular (RVO) produzido pela rotação rápida e imprevisível de cabeça. Este teste é valioso na avaliação clínica, capaz de testar os três canais semicirculares individualmente. O mesmo teste instrumentado, é o Vídeo Head Impulse Test (vHIT), é mais completo, e possibilita além das características do HIT, quantificar a fase lenta e a fase rápida durante e após os impulsos cefálicos. Esta avaliação testa o RVO, que responde a frequências de 1 a 10 Hz, que é o reflexo responsável por realizar a manutenção de visão nítida e clara por estabilização da imagem da retina. Ambos os testes, instrumentados ou não, fazem diferença quando utilizados no diagnóstico das patologias vestibulares. Por exemplo: quando avaliamos o RVO somente com a prova calórica (PC) da Vectoeletronistagmografia (VENG), que responde apenas para estimulações de baixa frequência, entre (0,002 e 0,004 Hz), e/ou quando avaliamos o RVO por meio do HIT ou Video Head Impulse Test (vHIT), que responde a frequências mais altas. Em função das características de cada uma das provas, podem ser observadas discrepâncias como a presença de resposta pós-calórica na ausência de positividade no vHIT ou vice versa. Os resultados nessa situação não podem ser considerados conflitantes, mas sim, como uma avaliação da tonotopia do vestíbulo em relação à frequência de estimulação. Assim, o vHIT não substitui a prova calórica, mas constitui-se numa valiosa ferramenta de avaliação quando a ela associada. Sendo assim, cada vez mais é exigida capacitação e aprofundamento dos profissionais envolvidos no diagnóstico e tratamento dos pacientes com distúrbio do equilíbrio corporal. A tecnologia auxilia na monitorização por meio de freqüentes reavaliações que poderão ser realizadas do ponto de vista qualitativo (avaliação clínica) e quantitativo com instrumentos validados.

 

Texto extraído do Fórum: Aplicabilidade clínica da avaliação do reflexo vestíbulo ocular.

Coordenador: Luciane Mariotto

Encontro Internacional de Audiologia – EIA

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